11 de agosto de 2015

Ano Novo em New York: sonho ou pesadelo?

Quem nunca sonhou em passar o ano novo em New York?
Os filmes mostram papéis coloridos voando pelo céu, ótimos artistas performando na Times Square, aquele clima romântico, neve caindo, todos se beijando e a bola - a famosa bola, descendo.



Mas acho que esse tipo de coisa só acontece em filme mesmo. A realidade é bem diferente!

Nosso hotel ficava em New Jersey, ou seja, outro estado. Demorávamos cerca de uma hora para chegar em Manhattan todos os dias (depois eu explico essa história do hotel em outro post). Os funcionários diziam que passar o Ano Novo na Times Square era loucura. Mas fomos nesse período justamente para isso: ver a bola descer como nos filmes!

Começamos a nossa jornada cedo. Almoçamos no hotel, pegamos o translado do mesmo até o ponto de ônibus, e seguimos para a famosa ilha. Chegando lá, o palco já estava montado, as pessoas já faziam fila para entrar, mas eram apenas duas horas da tarde! Como não queríamos perder o dia, resolvemos passear. Tava um frio fora do comum, sensação térmica de -16 graus celsius. Os dedos já não respondiam mais os movimentos, então procuramos uma bota UGG para a Juliana. Andamos muito até achar a bendita bota, que não foi barata (cerca de 100 obaminhas!).

Para vocês terem uma idéia do frio que fazia naquele dia, eu estava com duas calças de veludo, duas blusas compridas e casaco de neve. Era a personificação de um boneco de neve! hahahaha


Saca só o look! hahaha
Para passar o tempo, fomos conhecer a Macys nesse dia! Nessa foto de cima estou em frente à loja, que possui a mais antiga escada rolante do mundo. Vocês acreditam que ela é feita de madeira?

Que antiguidade, hein?

Confesso que deu medinho! hahaha

Paradinha pra foto! :D
A Macys é uma das maiores lojas de departamento do mundo. São andares e mais andares de roupas, de todas as marcas e tipos. Mas pense comigo: -16 graus lá fora, espera-se que dentro da loja esteja um clima ameno. Não! Não, minha gente! Não é isso que acontece nos Estados Unidos da América.

Se você foi para a terra do Tio Sam, está um frio do caramba, e pensou em não tirar o pijamão, mude de idéia, ainda dá tempo! Dentro de todos os estabelecimentos, é um calor dos infernos. Acho que as pessoas não tem muita noção de temperatura, só pode ser isso! hahahaha

Estávamos bem congeladas na rua, entramos na loja e estava pior que o deserto do Saara. E o que acontece? Como já contei para vocês, eu estava com duas calças de veludo. Digamos que eu engordei um pouco na viagem e a segunda calça não subiu o suficiente, parou no meio da poupança. Mas o casaco era comprido, então não teria problemas. Mas quem iria imaginar que eu entraria nos lugares e estaria mais de 30 graus celsius? Imagine-se na praia, com duas calças de veludo, duas blusas de manga comprida e gola alta, casaco de neve e gorro revestido de pêlos. Foi assim que eu me senti. Entrei em desespero e comecei a tirar tudo. O primeiro foi o casaco, depois o gorro e por fim, fiquei parecendo uma salsicha gigante. Toda apertada, mal vestida e suando feito um porco.

Já era de se imaginar que o New Years Eve não seria tão espetacular assim, né? hahahahahhaha
Acho que era um presságio!

Finalmente saímos da Macys, pude me vestir como gente de novo e resolvemos comer.
Como somos delicadas, entramos numa hamburgueria incrível chamada The Conteiner, e comemos horrores!



Fiquei com água na boca só de olhar essas fotos! hahahah

Depois de bem alimentadas, seguimos para o local onde aconteceriam os shows daquela noite. Sabíamos que após entrar para o espaço reservado para a platéia, não haveria banheiro (não tinha pipi móvel), água ou qualquer coisa do tipo. Por isso, deixamos para entrar mais "tarde", às 5p.m.

Quando chegamos, não pudemos entrar, pois estávamos com sacolas e a entrada não era permitida com nenhum objeto, apenas pequenas bolsas.

O que tivemos que fazer? Voltar para New Jersey, devolver as sacolas e bolsas, e então voltar para a Times Square. Quando chegamos de volta à ilha, já era 7p.m. e tudo estava cheio. Não dava para respirar! A fila para tentar entrar no local dos shows era imensa! Se pulássemos, ficaríamos trancadas no ar, de tanta gente que tinha se espremendo e querendo um lugarzinho para ver a Taylor Swift.

Depois de mais de duas horas esperando naquele empurra-empurra, fomos revistadas (sim, eles revistaram um por um, mais de duas vezes e por policiais diferentes!),  e entramos. O frio era muito intenso, não dava para ficar parado, mas também não havia o que fazer a não ser esperar.

Eu já estava congelada!

O sistema de platéia funciona assim: é dividido em seções, cada seção depois de fechada com uma certa quantidade de pessoas, não abre mais. Se você sair, perdeu o lugar. Ou seja, sem xixi, sem comida, sem nada, apenas frio, muito frio. Aposto que as pessoas que passam na tv sorrindo, são pagas pra isso!

Essas pessoas são falsas (aposto que são robôs), não tem como ser feliz assim estando o dia inteiro sem fazer xixi

Como chegamos super tarde, ficamos muito longe do palco, acho que aproximadamente um quiilômetro de distância. Para assistir algo, deveríamos assistir pelos telões, o que seria bem tranquilo, já que a Times é cheia deles! Nada disso! Os telões da Times continuam passando o que sempre passaram ao longo do dia, propagandas e mais propagandas. Para cada seção era disponibilizado apenas um telão, e o nosso estava com o áudio estragado. Ou seja, a gente só assistia, mas não ouvia. Imagina a depressão! ahahahahaha

Mas aguentei firme, afinal, era o sonho da Juliana passar o New Years Eve em NY, e seria muito idiota da minha parte pedir para ir embora. Mas confesso que eu não aguentava mais.

Quando de repente, olho para a frente e vejo algo. Algo muito pequeno, mas não muito distante. Uma pequena bola.

Tá vendo essa luz redonda embaixo do quadrado azul? Essa é a famosa bola.

O telão para assistir era tão pequeno que chega a ser ridículo hahahaha
Quando a Ju descobriu o tamanho da bola, se decepcionou e resolveu ir embora.
Aí começa outra luta! A cidade estava lotada, mal conseguíamos andar. Quando chegamos na estação de ônibus, depois de muito tempo, percebemos que deixamos (na verdade fui eu hahaha) o papel com os horários de ônibus e em qual plataforma ele estaria no hotel. Naquela muvuca, ainda tivemos que ir atrás de informações.

Depois de mais um menos uma hora, conseguimos pegar o ônibus e seguir para New Jersey. Nosso ano novo seria dentro do quarto do hotel. :(

Saltamos no ônibus e já íamos ligar para o transfer do hotel nos pegar. Nada disso, deixamos o papel com o telefone no quarto, e nosso celular não tinha mais internet. Qual a opção? Voltar a pé.

Andamos mais de um quilômetro para chegar ao hotel. Finalmente deitamos na cama, ligamos a televisão e ouvimos a Taylor Swift cantando Blank Space e logo depois fazendo a contagem regressiva.




Agora só faltava pedirmos a comida. Acreditem se quiser, mas o restaurante do hotel já tinha fechado e ninguém fazia entrega naquela hora, porque era feriado.

Saldo do dia: passamos o New Years Eve em New Jersey, dentro do quarto de hotel, e com fome!!!

Tivemos que registrar o momento. hahahahha
Mas foi uma experiência que deu tão errado, que eu adoro relembrar e sempre caio na risada.
Foi o nosso penúltimo dia em NY, e sem dúvidas, foi inesquecível!

Até a próxima,
Juliane Barcellos